Arquitetura de Alto Padrão: O que é?
Por On.We, 19 de janeiro de 2021.
Arquitetura de Alto Padrão: O que é?
Uma da categorizações mais utilizadas em nossa profissão é se uma edificação é de baixo, médio ou alto padrão. Usamos esta categorização para definir preços de serviço, escala de projeto, dentre outras configurações profissionais.
Mas o que isso quer dizer, exatamente?
Edificações de médio padrão não podem ser minimalistas?
Baixo padrão é algo incompleto?
Alto padrão tem vasos sanitários de ouro?
Neste post, iremos sanar as dúvidas referentes ao que constituí um projeto de alto padrão!
Alto padrão é definido pelo quê?
Enquanto uma obra de baixo padrão faz o máximo para se aproveitar dos recursos já possuídos pelo cliente e se desenvolve em paralelo próximo ao seu orçamento – a arquitetura de alto padrão toma um caminho bem diferente.
Ao desenvolver espaços de alto padrão, há nortes arquitetônicos bem definidos:
- Detalhamento dos revestimentos: No alto padrão, os detalhes – tanto estéticos quanto de composição – dos revestimentos são de suma importância para destacar a sofisticação do ambiente e retratar sua importância. Muito comum aparecer materiais desenvolvidos por grandes designers ou pessoas de importância neste aspecto.
- Refinamento dos acabamento: Nesta categoria, não há paredes ou chão desnivelados. Não há gesso mal colocado ou fios elétricos aparecendo (sem querer). Suas mãos nunca serão espetadas por uma farpa amaldiçoada em nenhum móvel. Como se atinge sofisticação, sem refinamento, afinal?
- Escolhas dos materiais: Diferente do baixo padrão, onde tende-se a aproveitar a cama do cliente, seu guarda-roupa e sofá – e todos tem cores diferentes – no alto padrão, os materiais e o revestimento dos mesmos são planejados desde o início. Desta forma, cria-se uma paleta que reflete a intenção de cada cômodo e há grande controle sobre os elementos de destaque. Já percebeu como, em edificações de alto padrão, a mesa de recepção se destaca visualmente pela escolha de material ou contraste com o revestimento do fundo?
Exemplos:
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- Utilização de novas tecnologias: Atualmente, respectivo ao desenvolvimento tecnológico (e o barateamento do mesmo) casas de alto padrão estão utilizando tecnologias de segurança, home theater – que cuida dos dispositivos de áudio e vídeo da residência, captação de energia solar, reaproveitamento de águas pluviais – a lista vai longe.
- Design e planejamento: Fica claro, então, que a arquitetura de alto padrão é marcada por intenso planejamento. Devido a tendência de associação de sofisticação com o minimalismo, a implementação do mesmo permeia a nossa cultura atual do que constituí alto padrão. E quando estamos lidando com minimalismo, cada decisão – de revestimentos a móveis – é de extrema importância para o design e estética do ambiente.
- Um pouquinho de ousadia: É difícil determinar exatamente o que isso quer dizer, mas projetos de alto padrão tendem a se destacar por pelo menos um uso de alguma tipologia inovadora de construção (ou a utilização dela numa forma irreverente), uma escolha estética chamativa e pouco utilizada, grandes vãos em seus espaços, figuras geométricas se sobrepondo de uma maneira agradável, etc, etc, etc.. Na maioria dos casos (inclusive em interiores), é possível perceber ao menos um elemento “flexionando seus músculos” na obra – trazendo algo inovador ou simplesmente incrível para obra no geral.
Então, se a obra custar muito – é alto padrão?
Não necessariamente – mas seria hipocrisia e falta de profissionalismo nosso não mostrar o quão intrinsecamente relacionado está a categoria de alto padrão, com um considerável aumento no valor do orçamento final.
O título deste segmento pode implicar que, se você fizer um cômodo e o mesmo custar um valor absurdo – ele automaticamente se torna de alto padrão. E isso não é verdade, é claro. Vamos explicar isso através destas imagens:
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Na imagem da esquerda, temos uma cozinha de alto padrão e na imagem da direita uma de baixo/médio padrão. Provavelmente, você já sabia qual era qual antes mesmo de eu identificá-las.
Na cozinha de alto padrão, podemos ver um revestimento hexagonal no piso que possuí diversos tons – algo que não é costumeiramente utilizado em projetos econômicos. O acabamento dos móveis, o revestimento na parede do que aparenta ser cimento queimado. Tudo isso comunica através de nossa experiência e semiótica a sofisticação e refinamento desta cozinha.
Já a imagem da direita, com utensílios e louça a vista – quebrando a monotonia e repetição encontradas no minimalismo, revestimentos mais simples e a texturização dos elementos comunicam uma idéia mais despojada, jovem e casual.
Isso tudo quer dizer que a imagem da direita custou menos? Não! Só uma geladeira como aquela laranja já é uma pequena fortuna!
Portanto, não é necessariamente o valor do orçamento que dita em que padrão a obra se encaixa, e sim, os nortes arquitetônicos que citamos acima!
(Mas claro, os nortes arquitetônicos acima tendem a ser atrelados a um valor alto, de fato – só queríamos exemplificar esta relação mais claramente.)
E aí, o que achou?
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